segunda-feira, 6 de setembro de 2010

SAUDADE DO BRASIL

Em determinado momento da nossa viagem, a Mara comentou que as aves mexicanas cantam diferente. E, em tom de brincadeira, eu dei início aos versos do poema Canção do Exílio escrito pelo maranhense Gonçalves Dias, primeiro grande poeta do romantismo brasileiro.

Alguns lugares nos levaram às raízes
 "Minha terra tem palmeiras, onde canta o Sabiá. As aves, que aqui gorjeiam, não gorjeiam como lá".

Talvez estas estrofes não tenham sido lembradas por acaso. Quem sabe vieram à mente, de forma inconsciente, como indícios da minha saudade da nossa Pátria Amada, Idolatrada, Salve, Salve!!

Há 14 dias no México, a saudade começa a bater em todos nós. Por melhor que tenhamos sido recebidos (e fomos exemplarmente recebidos), o churrasco, o chimarrão, a nossa cidade, a nossa casa, o nosso idioma, os nossos parentes e amigos, enfim, toda a nossa estrutura social e psicológica começam a fazer falta. O Cris, no alto dos seus cinco anos de idade, dá mostras dessa ausência: "Pai, um dia nós vamos voltar para o Brasil, né?", questionou saudosamente.

E para suprir um pouco desta ausência, um novo encontro entre brasileiros. Desta vez na casa do amigo e chefe de cozinha internacional, Alexandre Marcelino. O convite já havia sido feito dias antes. Estávamos ansiosos para degustar a macarronada que disse que prepararia. O encontro foi na chuvosa terça-feira, 3, mas acalorada pelo carinho e bom humor dos amigos brasileiros.

Pico de Orizaba: 5610m de altura cobertos de neve
Antônio (brasileiro) e Rosy Elena (mexicana) também estiveram presentes. Tivemos ótimos diálogos sobre o Ceará (Estado do qual Antônio é natural), sobre o futebol brasileiro. Enfim, falamos sobre as coisas do nosso Brasil. Foi, também, uma oportunidade para trocarmos algumas fotos, por celular, de lugares próximos, os quais não conseguimos visitar, como por exemplo, o Pico de Orizaba, a mais alta montanha do México, a terceira da América Central e o vulcão mais alto do hemisfério ocidental. Atualmente encontra-se adormecido e a última erupção foi em 1687.

Encontro de sete brasileiros e quatro mexicanas
Os guris aproveitaram bem. Conversaram bastante com Dania e Iara, jogaram vídeo-game e "limparam" a bomboniere repleta de balas de chocolate. Como "prêmio", Marcelino os presenteou com uma bola de futebol com as bandeiras do Brasil, Itália e Espanha. Um regalo para levar ao país do futebol e lembrar destes doces momentos em solo mexicano. E nós, adultos, nos lambuzamos de tantos comer o delicioso macarrão, maravilhosamente bem preparado pelo anfitrião, acompanhado de uma igualmente deliciosa salada verde com tomate, cebola, azeite de oliva e vinagre balsâmico. E para impulsionar a degustação, um vinho também oferecido pela casa.

Foi um belo encontro. Que pena que foi o último, pois ainda tínhamos alguns lugares para visitar.
Mas estávamos a três dias do embarque de volta ao Brasil e começávamos a sentir que  "o nosso céu tem mais estrelas, nossas várzeas têm mais flores, nossos bosques têm mais vida, nossa vida mais amores". Sabias palavras de Gonçalves Dias.

Luciano Gasparini Morais

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