segunda-feira, 20 de setembro de 2010

NO MEIO DO CAMINHO FICARAM ALGUMAS PEDRAS

O retorno à Cidade do México foi feito de ônibus. Saímos de Xalapa Enriquez às duas horas da madrugada do dia cinco de agosto, quinta-feira, e chegamos ao Distrito Federal por volta das sete da manhã. No entanto, antes disso, a noite de quatro de agosto foi toda preenchida pela arrumação das malas, pela revisão de todas as coisas para não esquecer de nada e por despedidas. Dania e Iara estavam dormindo, só deu tempo para selar um silencioso beijinho para não acordá-las. E antes de partirmos, um demorado e apertado abraço na minha cunhada, uma pequena forma de carinho e agradecimento por toda a hospitalidade, incansavelmente desprendida durante 13 dias. Aliás, queremos agradecer imensamente ao meu irmão e à Danny por toda a boa vontade, quase que diária, em nos levar a todos os lugares possíveis mesmo tendo duas crianças de poucos meses para cuidar. Nem os dias de chuva ou de sol intenso foram empecilhos para que deixassem de nos guiar a vários e belos lugares, que tivemos o privilégio de conhecer. E como toda despedida, antes de adentrar ao táxi que nos levaria à rodoviária, algumas lágrimas serviram para ilustrar o adeus.

Cabeça Colossal nº 5. 1200 - 1000 A.C
Antes do regresso à capital, o último passeio em terras xalapeñas. Um rápido giro pela rodoviária foi o suficiente para perceber o ambiente limpo, moderno e os ônibus de primeira linha. E como todo lugar mexicano tem um resquício da história, mais uma oportunidade de conhecer um pouquinho da Era Pré-Colombiana. Na Rodoviária de Xalapa tem exposta uma das 10 Cabeças Colossais, esculpidas pelos Olmecas em pedra de basalto. As esculturas variam entre 1,47 e 3,4 metros e as maiores pesam mais de 20 toneladas.

Os Olmecas foram os povos que habitaram o México Antigo aproximadamente no ano 2.000 A.C. e se desenvolveram justamente no Estado de Vera Cruz, onde tivemos a oportunidade de estar. E para finalizar, compramos alguns suvenirs característicos da cidade e embarcamos, mas não sem antes nos darmos conta de que esquecemos as pedrinhas e as conchinhas que o Gian havia separado para a vó Maura. Ela havia solicitado a ele que, no retorno ao Brasil, a presenteasse com uma pedrinha de cada lugar que ele fosse. E ele atendeu o pedido a risca. Ao menos parte do pedido foi atendida, o de separar as pedrinhas. Ele ficou muito sentido e chorou ao perceber que todo o esforço e as lembranças ficaram para trás.

Na terra do Chaves um encontro com o Homem-aranha

A viagem de quase cinco horas de ônibus foi relativamente tranquila. Chamou atenção o zelo e a atenção do motorista ao dirigir. Entre uma piscadela e outra dava para perceber a condução segura e o andar macio do ônibus pela rodovia. Os guris dormiram a viagem toda no banco do lado, mas estendidos sobre o meu colo e o da Mara. O meu irmão parece que teve um bom sono. Era possível vê-lo cochilando no outro lado do corredor. Chegamos à Cidade do México pela Rodoviária Norte (há duas na Cidade), mais próxima a casa do amigo Enrique (ou Enri como é carinhosamente chamado), onde ficaríamos hospedados na última diária em solo mexicano. Sexta-feira, portanto no dia seguinte, seria o embarque para o Brasil.
 
Clark "Pancho" Kent em ação
 Não havia mais tempo a perder, pois ainda queríamos conhecer o Castelo de Chapultepec. Pegamos um táxi e percorremos os aproximadamente 40 quilômetros que separam a Rodoviária Norte da casa de Enri, pois tínhamos que largar as bagagens. Às sete da manhã o trânsito já era intenso e a poluição ambiental visível pelas cores turvas diante dos olhos. E voltamos a sentir os efeitos da altitude, pois novamente subíamos aos 2.235 metros da Cidade do México.
  
Enri e a esposa Mônica se preparavam para um dia normal de trabalho. Ambos trabalham juntos e gerenciam uma agência de comunicação. A afinidade de áreas fez com que engatilhássemos alguns trabalhos juntos. Tomara que assim seja. São ótimas pessoas e penso que bons parceiros para uma exitosa atividade profissional. Eles têm um filhinho chamado Francisco e de apelido "pancho", muito simpático e fã incondicional do Homem-aranha. Portanto, ficamos super protegidos na casa deles. Fica aqui um agradecimento especial por terem aberto as portas de casa e da geladeira para nos receberem. Percebemos que estavam chateados por não poderem nos dar a atenção que gostariam, mas entendemos perfeitamente por ser um dia de semana, portanto de trabalho para todos e de passeio apenas para nós. Em troca da cortesia, já foi feito o convite para que venham ao Brasil durante a Copa de 2014. Assim como a deles, a nossa casa também estará de portas abertas para recebê-los. Será um prazer hospedar o Homem-aranha em nossa residência.

Luciano Gasparini

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