domingo, 15 de agosto de 2010

A VESPA MEXICANA ARDE MAIS A QUE PIMENTA

Conhecendo a praia

Na quinta-feira, 28, fomos conhecer Martinez de la Torre, a cidade natal da Danny, mãe das nossas lindas sobrinhas. As meninas também nasceram em Martinez, pois lá tiveram a assistência da avó materna Katy e do bisavô Juan, que residem no município.

Segundo o Censo de 2005, o último no país, Martinez de la Torre conta com aproximadamente 100 mil habitantes. O município está localizado a 160 quilômetros de Xalapa e a 350 da Cidade do México. É uma localidade tipicamente interiorana, na qual se observa muito aquele hábito das pessoas ficarem até tarde sentadas em cadeiras de praia à beira da calçada. Legal saber que, apesar da violência que assola parte da população mundial, ainda existem lugares assim.

Também chamou atenção o clima extremamente quente e seco. Saímos de Xalapa com uma temperatura amena, inclusive com o céu encoberto. Chegamos em Martinez e nos deparamos com um calor escaldante, com temperatura quase batendo nos 40º C. Tivemos que dormir com ventilador ligado.

O deslocamento pela serra é mais curto, mas por motivos óbvios optamos pela rodovia que costeia o litoral. Ao longo da estrada uma curiosidade: as placas que indicam o nome das localidades carregam consigo também o número de moradores. Observe na foto ao lado que aparece 23 habitantes para Boca Andrea. Passamos por um lugar no qual a placa mostrava dois habitantes, mas não deu tempo de fotografar.

Os guris estavam ansiosos. A todo momento perguntavam se estávamos perto da praia. Finalmente chegamos ao balneário Costa Esmeralda para conhecermos as águas mornas do Golfo do México. Porém, antes de nos banharmos tomamos o restaurante Paraíso Escondido como paradouro. Durante a refeição, nosso cardápio primou por frutos do mar regados pelas apimentadas iguarias locais.

Enquanto as cozinheiras montam os pedidos dos clientes, uma equipe vai separando, cortando e preparando os ingredientes. Fomos acompanhar de perto. É algo exótico para quem não vive numa região litorânea como nós. Infelizmente, presenciamos o dilacerar de um polvo. E naquele momento nos questionamos se não se tratava do polvo Paul, o vidente molusco alemão da Copa da África do Sul.

Inventei de mergulhar alguns camarões empanados num molho de pimenta achando que era catchup. O resultado disso foi uma forte interferência na flora intestinal e algumas visitas noturnas ao banheiro. No dia seguinte tive que me auto medicar com muita água e quantidade zero de açúcar e alimentos gordurosos. Depois fiquei bem.

Este trecho da praia onde fica o restaurante não é propício para banho por causa da grande quantidade de cascalhos. No entanto, o espetáculo sonoro no qual o mar leva e traz as pedras é muito bonito. Ouça-o.

Tivemos que caminhar vários metros até encontrar um lugar seguro para deixar os guris brincarem na água. O banho foi mais breve do que gostaríamos (ainda tínhamos um bom percurso a percorrer até Martinez), mas o suficiente para sentir a agradável temperatura da água e para observar que o mar do Golfo é mais salgado que o do Atlântico.

Uma picadura inesperada

Depois de salgarmos o corpo e enchermos a barriga seguimos a nossa viagem. Durante o trajeto fui me abaixar para pegar uma garrafa de água no interior do carro e sobre a minha barriga, entre um pneu e outro, havia uma vespa. Imaginem o que a danada fez. Deu-me uma ferroada de fazer esquecer a ardência da pimenta mexicana mais picante que eu já havia experimentado. Passaram-se 17 dias e ainda estou com a marca causada pelo raivoso animalzinho. Na verdade eu até entendo, pois foi apenas um golpe de defesa diante do atropelo que cometi, esmagando-a com os meus dois pneus abdominais.

No dia seguinte, ainda em Martinez, fomos conhecer a família do Miguel, tio avô da Iarinha e da Dania. Foram extremamente receptivos conosco e solidários com a minha disfunção intestinal. Deram-me um medicamento ruim no gosto, mas eficaz na ação. A partir de então cessei as minhas idas ao banheiro.

Tivemos conversas muito proveitosas com o tio Miguel. Falamos sobre futebol, economia, famílias, idiomas, políticas de Brasil e México, entre outros assuntos. Enfim, um agradável intercâmbio cultural.



Regressando à Costa Esmeralda

No início da tarde do dia 29 deixamos Martinez de la Torre em direção à zona arqueológica de El Tajin (visita já contada em outro post), depois fomos saciar a ansiedade dos guris de finalmente se dedicarem mais atentamente à praia.

Foi uma tarde bastante agradável. Uma nova oportunidade de degustar as delícias da gastronomia local, de jogarmos futebol, de comprarmos baldinhos, do tio Jú brincar na areia escura com os sobrinhos, de pularmos as calmas ondas e de, juntos com os guris, catarmos as conchinhas de Costa Esmeralda.

O choro ininterrupto das meninas era sempre o aviso de que já era final de tarde/início de noite e mais do que isso, era hora de irmos embora. E foi o que fizemos. Quase à luz da lua e trombando nos caranguejos que começavam a se movimentar pela praia, limpamos as pazinhas, baldinhos, tomamos banho nos chuveiros do restaurante à beira da praia e voltamos para Martinez. Era preciso descansar e nos prepararmos para as aventuras de um novo dia.

Grande abraço!!

Luciano Gasparini Morais

3 comentários:

  1. Dear Luciano,

    Eu tenho acompanhado as peripécias da família Gasperin e confesso me diverido muito.
    É legal a troca de experiências.
    Curtir a família também é uma das melhores coisas da vida.
    Por aqui, a vidinha continua a mesma.
    Estou te esperando para darmos continuidade ao projeto da associação de ex-alunos do Jornalismo da Unisinos.
    Fica com Deus no coração.
    Kisses.
    Luz e Paz.
    Luiza

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  2. Professora Luíza, que honra ter um comentário seu por aqui. Fico muito feliz que esteja acompanhando e gostando. Dia 27 estarei na Unisinos para prestigiar a formatura dos amigos. Um grande beijo. Luciano Gasparini.

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  3. Mui hermosos, adoro vocês....Besosssss

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